Itapetinga
Álcool, cocaína e direção: Polícia Civil de Itapetinga conclui investigação do homicídio do senhor Antônio
A Polícia Civil encerrou, no último domingo (24), a investigação que apurou o homicídio no trânsito, que teve como vítima o comerciante José Antônio de Oliveira, de 69 anos, ocorrido em 15 de novembro, no perímetro urbano da cidade de Itapetinga. O inquérito, realizado pelo delegado Cristiano Pereira, foi concluído no prazo previsto e encaminhado ao Ministério Público e Poder Judiciário. Como a investigada foi presa em flagrante, a Polícia Civil tinha apenas 10 dias para enviar o relatório final para a justiça.
O homicídio
O idoso foi atropelado por uma mulher de 44 anos que dirigia um Jeep Compass. O caso aconteceu na rodovia BA-263. A filha da vítima também participava do passeio, mas não foi atingida pelo carro. A motorista fugiu do local do crime juntamente com o passageiro do veículo, um homem de 49 anos. Eles foram localizados e detidos pela Polícia Militar no bairro Camacã. Ele foi liberado depois de prestar depoimento à Polícia Civil. Ela ficou presa.
A investigação
A Polícia Civil, juntamente com o Departamento de Polícia Técnica (DPT), deu início às investigações do caso. Inicialmente, a mulher foi autuada por homicídio culposo (sem intenção de matar), no entanto, durante o trabalho investigativo, a Polícia Civil mudou a tipificação penal. O caso, que antes era de homicídio culposo, passou a ser tratado no inquérito como homicídio doloso (quando existe a intenção de matar).
Isso aconteceu porque ficou provado na investigação policial que a motorista do Jeep Compass havia consumido bebida alcoólica no estabelecimento comercial onde passou a madrugada. Os agentes encontraram ainda vestígios de cocaína dentro do carro. Ao todo, sete exames periciais foram realizados no curso da investigação.
No relatório final, a Polícia Civil explicou também a dinâmica do acidente. A investigação mostrou que a motorista tentou ultrapassar um carro em uma curva, mas não conseguiu e retornou, porque poderia bater de frente com outro veículo. Em seguida, ela avançou pelo acostamento, momento que atropelou o seu Antônio.
Para a investigação, a engenheira de 44 anos, natural do Mato Grosso, não teve a intenção de atropelar e matar o idoso, mas assumiu o risco, haja vista os fatos que antecederam o assassinato. Várias pessoas foram ouvidas no Complexo Policial, inclusive, o passageiro do carro, que aparece no processo como testemunha do caso.
Liberdade até o julgamento
Autuada em flagrante por homicídio culposo no trânsito, a mulher foi colocada em liberdade pelo juiz da vara crime da comarca do município de Itapetinga. O alvará de soltura foi cumprido na tarde da última segunda-feira (25) após pagamento de fiança de R$ 21. 180,00. Ela terá que se apresentar à justiça a cada dois meses.
A motorista ficou dez dias na cadeia, pois a justiça converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. Mas a defesa pediu a liberdade da indiciada, usando como base o artigo 313 do Código de Processo Penal, justificando ainda que a vítima não representava risco para a população nem risco de fuga.
A engenheira ficará em liberdade até o julgamento do caso. O Ministério Público e o Poder Judiciário vão avaliar toda a investigação. Compete a justiça agendar a data na qual a mulher será levada ao salão do júri.
Com autorização da família do senhor Antônio, o iRepórter acompanhou o velório e sepultamento do corpo do idoso; momentos de dor, comoção e revolta. Clique aqui e confira a reportagem em vídeo:
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