Conheça a história da jovem empreendedora Letícia, que vende brigadeiros no semáforo em Itapetinga

Por ireporter.blog

No cruzamento do Parque Poliesportivo da Lagoa, principal cartão postal da cidade de Itapetinga, Letícia Caiane Santos Souto, de 27 anos, disputa o espaço entre os carros que param nos semáforos. Se aproxima dos veículos e oferece os brigadeiros produzidos por ela juntamente com a filha de 9 anos. A história de Letícia se confunde com a de muitos jovens brasileiros que inovaram para esquivar do desemprego.

Mãe aos 17 anos

Letícia nasceu em Itapetinga, onde estudou e morou até os 13 anos, e depois mudou-se com a família para Macarani, cidade vizinha. “Lá, namorei dos quatorze até os dezoito anos e engravidei aos dezessete anos; logo após ter engravidado o relacionamento foi rompido, mas, como tive uma ótima criação sempre soube que não poderia deixar a responsabilidade da minha filha com meus pais”.

A situação financeira da família não era das melhores. Seu Luiz (pai) trabalhava na roça e dona Beka (mãe) vendia puff e produtos naturais de porta a porta.

“Como toda família de baixa renda, me cadastrei no programa Bolsa Família, mas nunca fui aprovada. Eu fazia faxina e dava aulas particulares para crianças para conseguir comprar as coisas da minha filhinha”.

Tempos depois, a família voltou a morar em Itapetinga, mas, Letícia resolveu deixar a cidade e pegar o mesmo destino de milhares de Itapetinguenses.

“Então, de carona com um primo e com minha irmã mais velha fui morar em Nova Serrana, ‘a cidade do emprego’ como é conhecida. Lá, trabalhei por mais de cinco anos e sempre com o objetivo de uma vida melhor. Inclusive, precisei ficar longe da minha filhinha por um tempo. Porém, nunca fui de baixar a cabeça mediante os problemas”.

Inovação, realização pessoal e profissional

Posteriormente, a futura vendedora retornou para Macarani, trabalhou por um período e depois retornou, novamente, para Itapetinga. Nesse vai e vem de cidade, Letícia resolveu usar a criatividade, e montar o próprio negócio.

“Sou uma pessoa muito grata, mas não me conformo com a situação que vivia… comecei a estudar sobre brigadeiro gourmet. Encontrei um vídeo de uma moça que vendia seus brigadeiros no sinal e assim tinha tempo para cuidar dos filhos. Peguei o único dinheiro que tinha e mais um pouco emprestado com uma prima e comecei logo na semana seguinte as vendas no sinal”.

A imagem de alguém vendendo alguma coisa no semáforo e comum em cidades de grande porte, porém, em Itapetinga, a sinalização semafórica é algo recente. Muitos condutores não estão acostumados com esse tipo de abordagem.

“É dificultoso, mas não saio de lá enquanto não vendo todas as caixinhas que levo. Tenho força, determinação. Algumas pessoas são até mal educadas, mas a maioria delas me elogia ou dizem palavras de ânimo e, claro, as que compram com o sorriso no rosto. Lembro-me da minha mãe vendendo coisas debaixo de sol e meu pai trabalhando na roça para tentar nos manter”.

Sonho

Letícia criou a empresa Chocoláyla, uma abreviação do produto que trabalha com o nome da filha, Láyla. Ela ainda faz faxina para pagar as contas, inclusive, demonstra gratidão à família e amigos.

“Sou uma mulher cheia de sonhos, alguns confidenciais, mas um dos meus maiores sonhos é poder dar uma vida mais confortável para a minha filha. Li uma frase que dizia ‘o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário’. Trabalhe duro pelo seus sonhos, não tenha medo ou vergonha de se arriscar, porque a única pessoa que pode limitar nossos sonhos somos nós mesmos”.

A vendedora pretende buscar mais conhecimentos na área e tornar a empresa cada vez mais forte.

Letícia e seus brigadeiros podem ser facilmente encontrados no semáforo do Parque Poliesportivo da Lagoa na segunda, terça-feira, quarta e quinta-feira, além do sábado. Sempre no período da tarde e começo da noite. A vendedora também pode ser encontrada no Instagram e 77 98881 1317 (Whatsapp).

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