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Crônica Covid: Parte 7 – O luto.

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Por Gessé Macedo

Foto: ireporter.blog

 Mas o que é luto? Incialmente o consenso aponta para as lágrimas de dor, prantos oriundos de muitos apertos no peito, sensação de impotência e incerteza, riqueza quebrada em pequenos pedaços difíceis de serem reunidos.

Nesse sentido, muitas pessoas acreditam que o luto não tem prazo de validade, mesmo nas situações intempestivas, carregam o luto, saudade com outros sentimentos.

Todavia, antes do luto, existe a esperança do milagre, a Fé na divindade que curou a mão mirrada, o paralítico e o endemoninhado de Cafarnaum, a sogra de Pedro, o leproso, o endemoninhado gadareno, a filha de Jairo, a mulher cananéia, surdo e gago de Decápolis, cego de Betsaida, o jovem lunático, curou enfermos até nos sábados, multiplicou pães, andou sobre as águas, ressuscitou e foi ressuscitado.

O luto evidência, simultaneamente, as falhas e a força da raça humana mesmo diante de tantas sepulturas, daí as vozes dos corações corajosos e éticos devem continuar lutando pela vida, protestar contra as mentiras propagadas que tanto atrapalham a ciência, os profissionais de saúde e principalmente quem mais precisa. Tentam sufocar a verdade até o oxigênio acabar. Portanto, luto tem que ser luta, de logo evitar que mais famílias vivam o calvário durante a pandemia.

Sendo assim, luto é o apelo para continuarmos próximos de quem nos ensinou a aprender e a reaprender, insistência pela vida após a morte, retrospectiva particular da convivência, íntima evolução para compreensão da luz divina.

Luto é mais que um tempinho em silêncio e algumas homenagens, trata-se da certeza do passado e dúvida de como ficará o futuro, lembranças transformadas em novos aprendizados de humildade. Assim, o dia seguinte ao sepultamento é o momento mais difícil, hora de catar os caquinhos, buscar todas as forças possíveis, tentar reconstruir e seguir a vida.

Por tudo, diante dos mais de 220 mil mortos, o profundo pesar, condolências mútuas, desejos de conforto para os familiares e amigos. Perdas irrecuperáveis e inesquecíveis, porque todas as vidas importam.

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