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Com os preços nas alturas, quais as previsões para o mercado da construção civil

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Empresários do setor trazem as expectativas para o segmento em 2021.

Diante de um cenário inseguro, sem previsão de término, a pandemia está sendo responsabilizada pela super inflação em diversos setores. O ramo da construção civil não escapou dessa máxima. Os produtos que mais tiveram aumento foram os da linha de PVC e derivados de petróleo, em média 120%. Ferro, aço e derivados vêm em segundo lugar, com cerca de 110% de reajuste. Essencial para qualquer pequena reforma ou grandes construções, o saco de cimento que em março do ano passado custava R$ 23,00, esse ano está sendo revendido ao consumidor por R$ R$ 29,00, um aumento de 26%. Edilson Anastácio da Silva, proprietário da Cincal, uma das maiores lojas de material de construção de Vitória da Conquista, está otimista e afirma que, apesar da situação econômica do país, o mercado da construção civil continua aquecido. “Tivemos um aumento de 32% em vendas no ano de 2020, apesar da falta de alguns produtos pela demanda, mas sempre trabalhamos com estoque alto para suprir esses momentos de crise, seja ela qual for. Creio que vamos chegar até junho em um bom ritmo, com fé em Deus. Na verdade só teremos uma baixa significativa quando as indústrias produzirem e repuserem todo o estoque do mercado, aí sim teremos um alinhamento de preços para baixo”.

Tamanho aumento e a falta de algumas matérias primas essenciais fizeram com que o mercado imobiliário reduzisse a velocidade com que vinha caminhando em 2019. Para não estacionar de vez, as incorporadoras tiveram que segurar os reajustes dos imóveis, evitando repassá-los aos clientes, pelo menos por enquanto. É o que afirma Luciano Bomfim, engenheiro civil e sócio proprietário da Prates Bomfim Engenharia: “O cliente ainda não foi atingido por uma provável elevação de preços, mas isso deve ocorrer nos novos lançamentos de 2021. O poder de compra pode ter caído, mas o mercado recebeu novos clientes, principalmente investidores, que estavam com recursos aplicados no sistema financeiro e que, com a baixa remuneração, voltaram a aplicar em imóveis, aquecendo o mercado novamente”.

A Prates Bonfim, tradicional construtora da cidade, possui mais de 6.000 unidades habitacionais e mais de 308.000m2 de área construídas e entregues ao longo de 27 anos de atuação, em obras públicas e privadas de Vitória da Conquista e outras cidades baianas, de maneira isolada ou em parcerias. Agindo com cautela, lançou apenas dois empreendimentos com previsão de início para este primeiro semestre de 2021. Como forma de diminuir os riscos, a estratégia foi aumentar o número de parcerias entre as empresas do setor: “O risco é eminente deste mercado e a pandemia trouxe ainda mais incertezas. Por outro lado, provocou mudanças de comportamento no tipo de mídia, no aumento de vendas on-line, no aumento de imóveis com áreas maiores, etc. Mesmo com a pandemia, houve um número grande de lançamento em Conquista, mas a velocidade de vendas, de uma maneira geral foi menor que em anos anteriores”, explica Bomfim, que também é Delegado Regional do Sinduscon-Ba, Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia.

Diante das incertezas, a expectativa é que os lançamentos ainda se mantenham, mas em baixa velocidade. De acordo com Luciano, serão mais estudados e específicos, atendendo pontualmente algum tipo de imóvel ou região. “O setor é forte, possui empresas com maturidade suficiente, que já passaram por outras crises e saberão adotar medidas necessárias para o momento”, confia o empresário.

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