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Crônica Covid: Parte 9 – Medos, qual o maior?

Publicado em

Por Gessé Macedo

O medo é a essência da sobrevivência humana, até a coragem provém dos medos, trata-se da necessidade de fazer algo para evitar consequências piores. Ou seja, cumprir o dever de fazer, deixar de ser omisso, ajudar os mais necessitados, e, assim, reduzir o chamado “peso na consciência”. Dessa forma, o medo é mais que instinto animal, sentimento íntimo de medidas diferentes, limita-se pelo caráter ético, caso contrário, sem limites e muito perigoso. 

Entre tantos medos, a violência doméstica ganhou protagonismo, relações desarmônicas e desleais, famílias fadadas a convivências fracassadas. Assédios por todos os cantos, nas empresas, residências, em plena pandemia e até nos transportes públicos lotados. Nos hospitais com números de leitos insuficientes, inclusive. Tragédia Social denunciada através de uma mensagem de despedida de uma mãe á beira da morte para sua filha.

A Covid-19 sufocou os frágeis sistemas de saúde, entretanto, os problemas nasceram antes, na falta de infraestrutura do país, estradas esburacadas que dificultam o transporte de vacinas, alimentos, remédios e insumos. De certo, pacientes dentro de veículos em lugares sem condições de trafego não aguentam e morrem. Até a aeronave transportando vacinas já não consegue se desviar dos animais nas pistas, descasos que preocupam os motoristas. Portanto, a formação de dois grandes problemas, animais nas pistas e estradas esburacadas.

Outra questão complicada é a criminalidade que não cessa, violências generalizadas que assustam tanto nas cidades como nas zonas rurais, receios do inadequado uso de armas. Nesse sentido, vale destacar que a internet se tornou uma perigosa arma quando utilizada por covardes inescrupulosos em seus ataques cibernéticos, ora moral, ora financeiro, ou das duas formas simultaneamente. Aproveitadores de todas as horas que furtam até os mais carentes e propagam ofensas gratuitas, esculachos sem o direito de defesa. 

Diante do exposto, o fim do diálogo é a reta final da tolerância, assim, esse pode ser o pior medo. Por consequência, as pessoas tendem a depositar o amor nas “prateleiras do esquecimento”, deixarem de ser abraçadas e abraçar, viverem só saudades sem perspectivas, presas em si mesmas, perto de tudo mas longe da vida, isoladas dentro das falsas promessas. Daí, o pior momento da pandemia só não consegue ser pior que o cinismo dos desumanos e o silêncio sobre o mal feito.

Portanto, o maior medo é perder a Fé, depositar o voto de confiança nas “fakes”, propagar mentiras e não ter a humildade de reconhecer os próprios erros, ou seja, medo de viver a hipocrisia de um falso discurso moralista que tem como objetivo implícito a perpetuação da injustiça e da falta de amor ao próximo.

Logo, mesmo diante de tantas “crateras sociais”, devemos nos tornar símbolos de resilência, dignos da felicidade, agradecer a Deus por tudo, cultuar as belezas das ondas do infinito azul e a diversidades das matas, lições e reações profícuas de sabedoria. 

 

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