O que você precisa saber a respeito do caso do policial acusado de agredir pessoas em Itapetinga

A Polícia Civil de Itapetinga, no interior da Bahia, vai colher o depoimento do policial militar, acusado de agredir pessoas, na madrugada da última sexta-feira (24), nas proximidades do Parque Poliesportivo da Lagoa. O depoimento do funcionário público deve acontecer nós próximos dias. Ele terá que prestar esclarecimento porque foi denunciado oficialmente à Polícia Civil.

O autor da acusação de lesão corporal dolosa foi um motorista que aparece no vídeo sendo agredido. Na condição de vítima, o homem disse que apenas passava pelo local com familiares no carro e que não houve motivo para o ocorrido.

Outra pessoa que aparece no vídeo sendo agredida também registrou Boletim de Ocorrência (B.O).

Repercussão negativa

Os vídeos foram amplamente compartilhados nas redes sociais, principalmente, em grupos de WhatsApp. Diversas mensagens contra atitude do policial e, algumas, em defesa dele. No mesmo dia do ocorrido, as imagens já estavam nas mãos das autoridades estaduais.

Os vídeos foram gravados por um cinegrafista amador logo depois da festa de São João  de sexta-feira, próximo ao Parque Poliesportivo da Lagoa. No entanto, muitas pessoas começaram a questionar a segurança da festa, uma das melhores que o município já teve, segundo os órgãos de segurança pública.

O que diz o policial

Procurado por este jornal, o soldado Leonardo Campos, disse apenas que “a situação foi repassada para o setor responsável da 8ª CIPM. Eles vão fazer um relesse e vão passar”.

Relesse é um termo jornalístico para se referir a um texto informativo, que obrigatoriamente deve ou deveria responder perguntas básicas sobre determinado assunto. Depois de pronto, o material é encaminhado à imprensa.

O que diz a Polícia Militar

Procurada, a 8ª CIPM não disponibilizou nenhum relesse, ainda.

“Sobre essa questão, a unidade tomou conhecimento do fato e abriu procedimento administrativo para apurar o que aconteceu na situação”, disse a companhia.

O soldado estava de folga no momento do ocorrido, como veremos a seguir, mas isso não impede que ele responda conforme o Código Penal Militar (CPM), caso venha a ser condenado. Tudo vai depender se o delito atenta ou não contra a hierarquia, a disciplina e as instituições militares.

Outra observação, é que mesmo fora do horário de sua jornada de trabalho, o policial é obrigado a intervir em qualquer ocorrência policial. Esta informação consta no artigo 301 do Código de Processo Penal.

O que diz a Guarda Civil Municipal

No mesmo dia do ocorrido, a redação do site recebeu uma carta escrita eletronicamente e endereçada ao comandante da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar, major Vandilson Santos Araújo.

A carta, assinada pelo comandante da GCM, Weltmo Vieira dos Santos, fala justamente do assunto em questão.

“A Guarda Municipal de Itapetinga vem por meio desta agradecer o soldado Campos, lotado na 8ª Companhia de Polícia Militar da Bahia, localizada em Itapetinga, que na data 24/06/2022, por volta das 05h15 horas atendeu uma solicitação do comandante da Guarda Municipal, pois o mesmo à paisana ao passar pela Avenida Cinquentenário em frente ao Tiro de Guerra 06/023, prestou um grande apoio à guarnição da GCM em resolver uma confusão generalizada com mais de 20 pessoas em vias de fato e um contingente de GCMs aquém a multidão em conflito, e constava uma denúncia de um indivíduo portando arma de fogo em um carro Celta prata”.

A carta/nota não menciona o desfecho da ocorrência, mas segue elogiando a atitude do policial.

“O policial militar Campos não hesitou em fazer a abordagem no suspeito e ajudar os agentes de segurança para cessar o conflito. Desde já agradecemos a parceria com a Polícia Militar de Itapetinga em realizar o trabalho contra a criminalidade em nosso município”, finaliza a carta, datada em 24 de junho de 2022, intitulada de ‘nota de agradecimento’.

• Clique AQUI para mais notícias